Rogue Galaxy – Um tesouro esquecido do PlayStation 2 | #DensetsuIndica


Ah, o PlayStation 2… quantos jogos incríveis pudemos conhecer graças a ele, não é mesmo? Se você é fã de RPGs, tenho certeza que consegue se lembrar de pelo menos cinco grandes lançamentos marcantes da plataforma. Final Fantasy X, Kingdom Hearts, Rogue Galaxy… são tantos que, se eu citar todos, esse Densetsu Indica vira um livro.

Enquanto muitos compravam seu PlayStation 3, aquela última leva de games que saíram no console antecessor acabou tendo uma maré de azar. A maioria desse jogos alcançaram poucas vendas por conta da mudança de uma geração para a outra. Com a popularização do Wii alguns dias depois, a cova desses títulos tardios havia sido fechada de vez.

Este Densetsu Indica traz uma mensagem importante para você que está lendo: volte ao antigo console e jogue Rogue Galaxy. É isso, fim do artigo.

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Brincadeira, eu obviamente não receberia meu salário em forma de lambeijos da Michi caso escrevesse tão pouco. Assim, falaremos porque Rogue Galaxy é digno de aparecer numa indicação da Densetsu Games!

Uma das histórias mais belas da geração

Rogue Galaxy foi lançado em dezembro de 2005 no Japão, sendo produzido pela jovem Level-5. Fundada em 1998 e hoje em dia bem mais prestigiada, a empresa é responsável por franquias como Yo-kai Watch, Inazuma Eleven e Professor Layton.

Hoje em dia é bem comum ouvirmos falar sobre cel-shading, uma técnica de gráficos que deixa modelos de personagens e outros elementos do jogo com uma aparência semelhante à de desenhos 2D. Este RPG de ação da Level-5 já adotava esse estilo na época.

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A história do game começa num planeta desértico chamado Rosa, lar do protagonista Jaster. Órfão e com pouco conhecimento sobre suas origens, o jovem ganha a vida fazendo diversos serviços para a comunidade local. Com certa frequência, ele atravessa o deserto para tentar melhorar sua vida e a de seu pai adotivo, o padre Raul.

Apesar da vida difícil, Jaster sempre sonhou em desbravar as estrelas e mudar o universo de alguma maneira. Tudo isso a fim de melhorar a vida em seu planeta, que sofria há muitos anos com um regime imperial. Certamente isso causava no pequeno garoto o desejo de encontrar a semente de alguma planta que pudesse germinar no deserto ou algo semelhante.

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Certo dia, quando o garoto retornava de um serviço, o horizonte normalmente acolhedor mostra à Jaster uma visão alarmante de uma besta atacando sua cidade. Empunhando sua espada para defender seu lar da ameaça desconhecida, o rapaz corre em direção à vila. Lá, ele conhece um homem misteriosamente poderoso que o auxilia em batalha até notar uma perseguição por parte de dois indivíduos.

Num ato engenhoso para não ser reconhecido, o homem oferece sua espada ao rapaz, a famosa “Desert Seeker”.

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Assim, ao ser encontrado pelos dois stalkers do homem conhecido como “Desert Claw”, Jaster descobre que ele era um famoso caçador de recompensas. O guerreiro estaria na cidade para destruir o monstro que a atacava. Apesar de tentar explicar o mal entendido, a urgência em proteger Rosa torna difícil persuadir os perseguidores de que o garoto não é quem eles pensam ser.

Os estranhos se apresentam como Steve, um androide que age como uma criança de 10 anos de idade, e Simon, um cientista aposentado. Ambos são piratas espaciais e desejam recrutar Desert Claw, que acreditam ser Jaster, para sua tripulação. Juntos, os três derrotam a fera ameaçadora e decidem se apresentar ao capitão Dorgengoa, líder da tripulação de piratas da qual Simon e Steve fazem parte.

Vendo a confusão como uma oportunidade para finalmente explorar as estrelas, Jaster decide fingir ser de fato quem os piratas procuram. Embora sabendo dos riscos, essa decisão permite que o herói se una à tripulação. Enfim, começa sua jornada pelo universo em busca de algo muito grandioso para ser descrito.

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A tripulação mais carismática do universo

Durante essas viagens pelo espaço, em um total de seis planetas com mapas diversos, o jogador conhece vários personagens interessantes. Contudo, falaremos somente dos mais marcantes à seguir.

Kisala

Arte de Rogue Galaxy

Filha do capitão da nave pirata Dorgenark, Kisala é uma das primeiras aliadas a se juntar ao grupo. Em batalha, seu estilo de luta combina golpes rápidos de tonfas e chutes poderosos.

Gentil e um pouco ingênua, é a principal personagem feminina do jogo e tem um papel muito importante no desenrolar da história. Apesar de inicialmente frágil, o crescimento da garota ao longo do game é notável tanto no enredo quanto em seu desempenho nas batalhas.

Zegram

Arte de Rogue Galaxy

Quase um anti-herói, Zegram é o pirata mais poderoso da tripulação de Dorgengoa e não parece confiar muito nas capacidades de Jaster. Apesar de tudo, é de longe o guerreiro mais decisivo em batalha e forma uma dupla poderosa com o suposto Desert Claw. Seu estilo de luta é muito semelhante ao do impostor, porém ele não utiliza armas de fogo, mas sim shurikens como armas de longa distância.

Uma curiosidade interessante sobre o personagem é que o responsável por sua dublagem japonesa é ninguém menos que Kazuhiro Yamaji, intérprete de Cliff em Death Stranding e Makoto Date na franquia Yakuza.

De espadas até pistolas de raio

O sistema de batalha de Rogue Galaxy é, sem dúvidas, muito divertido, destacando-se da jogabilidade travada da época, especialmente no que diz respeito à JRPGs. Em prol de um gameplay mais dinâmico, o jogo não utiliza a boa e velha mecânica de batalha por turnos e ao invés disso apresenta uma mistura de hack and slash com navegação por menus, semelhante ao modo estratégico de Final Fantasy XV.

Os combates fluem normalmente com combos realizados através do botão de ataque corpo-a-corpo e oferecendo uma arma secundária (normalmente à distância) que pode ser acionada com outro botão.

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A parte mais estratégica da batalha acontece quando o jogador abre o menu de seu personagem, podendo escolher um item consumível ou uma habilidade ofensiva ou de suporte com efeitos variados, como dano elemental, ataques em área e aprimoramento de atributos por tempo limitado. Vale a pena dizer que todas as skills possuem animações próprias e sempre muito bem feitas.

Além disso, aliados podem sugerir a utilização de diferentes habilidades durante a batalha e cabe ao líder atual do grupo composto de no máximo três personagens por vez decidir quais delas autorizar ou mesmo ignorar. O personagem jogável pode ser constantemente alterado pelo menu nas batalhas, permitindo estratégias mais elaboradas de acordo com o inimigo.

Ainda sobre habilidades, outro ponto muito interessante é o sistema de desbloqueio e aprimoramento das mesmas. que é feito por meio de um tabuleiro a ser preenchido com itens encontrados ao redor de todo o universo. Para obter uma nova técnica ou fortalecer uma já existente, o jogador deve encontrar os itens necessários para completar a árvore de habilidades de cada personagem.

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São as pequenas coisas…

Rogue Galaxy poderia ser simplesmente um RPG de ação qualquer, lançado no final de uma geração com gráficos um pouco bonitinhos e isso não é um chamativo tão grande para que jogadores revisitem uma obra antiga. O fato é que o jogo se torna altamente recomendável não somente pelo macro game apresentado até aqui mas também nos detalhes menores que fazem dele uma experiência única.

Uma das principais características encantadoras do título é a existência de um adorável sapo alienígena chamado Toady que adora mastigar coisas como espadas ou armas de fogo. Acontece que o seu amiguinho anfíbio age como o sistema de fusão de armas do game, permitindo que o jogador ofereça dois equipamentos de um mesmo tipo para produzir uma versão aprimorada de uma nova arma. Porém, antes de alimentar seu ferreiro peculiar, é necessário aumentar seu nível de maestria com o material da fusão até o máximo.

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Outro fator muito divertido é o minigame “Insectron” que nada mais é do que uma espécie de jogo tático onde insetos são utilizados em um tabuleiro quadriculado, lembrando levemente Final Fantasy Tactics. Jaster pode capturar insetos em todos os planetas do sistema e cada habitat é especializado em diferentes tipos de animais como o planeta Vedan, focado em mineração, que é infestado de insetos com um alto atributo de defesa.

Existem torneios de Insectron realizados no jogo e levados muito a sério pelos seus competidores, então se quiser fazer uma pausa em sua jornada para salvar a galáxia, que tal caçar alguns insetos para criar o time perfeito?

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Assim como brincar com pequenos animais pode ser divertido, em determinado ponto do jogo também é liberado um sistema de produção de itens diversos por meio de uma fábrica extremamente funcional e detalhada na qual o jogador deve conectar cabos de energia e montar uma linha de produção concisa.

Semelhantemente à fusão de equipamentos realizada por Toady, a fábrica combina materiais para produzir itens mais valiosos como poções de vários tipos, itens que melhoram atributos temporariamente ou até mesmo versões melhoradas de itens importantes como gaiolas de captura de insetos.

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Isso é tudo que temos para hoje sobre Rogue Galaxy, a jóia esquecida por muitos na geração 128 bits. Se você gosta de aventuras como nos filmes Planeta do Tesouro ou Guardiões da Galáxia, pode ser interessante experimentar uma obra semelhante do mundo dos games produzida com a visão dos jogos japoneses.

Caso tenha dificuldades em voltar ao PlayStation 2, há uma bela versão remasterizada do game disponível para PS4!

O Densetsu Indica volta em breve com mais jogos que você pode ter deixado passar. Mas enquanto isso, porque não explorar a galáxia?

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Principimi

Estudante de Letras - Japonês na Cruzeiro do Sul; formado em paleografia na oficina Sérgio Buarque de Holanda e em design pela Saga. Prefere jogos narrativos, RPGs ou de ritmo. Atualmente passa horas jogando indies e RPGs no Switch ou sustentando seu vício em gachas de celular. Tem como franquias favoritas Fire Emblem, Pokémon, Persona e Final Fantasy. Enciclopédia humana de Love Live e garota mágica nas horas vagas.