Geração Pokémon: A clássica jornada no Game Boy


É, eu sei. Você provavelmente já jogou algum Pokémon na sua vida – ou ao menos parou para ver alguma imagem dos jogos, espiou um colega jogando no Nintendo DS ao lado ou pelo menos viu o desenho – nos tempos do programa da Eliana ou mesmo no Cartoon Network.

Mas a verdade seja dita: Os primeiros capítulos de Pokémon, no universo dos games, são uma tônica de como os jogos deveriam ser, até os dias de hoje. Uma aula de progressão, interação e evolução.

Evolução é uma palavra que combina bem com a franquia, aliás. Mas, desta vez, vou me limitar ao passado.

Você já jogou Pokémon Red?

Ilustração da capa norte-americana de Pokémon Red
Capa norte-americana de Pokémon Red

É perigoso seguir sozinho

Se você viveu os memoráveis anos 90, muito provavelmente experimentou alguns dos melhores RPGs já lançados. Recheado de surpresas, personagens cativantes e universos únicos, a década do Rock N’ Roll americano abriu as portas para as seguintes gerações entregarem verdadeiras pérolas.

Pokémon nasceu no console portátil da Nintendo, um tanto despretensioso, o objetivo era “pegar todos”. Perfeito para o conceito de “play anywhere”, Pokémon parecia ter sido construído junto ao Game Boy. Era como levar a aventura consigo, não importa para onde ou com quem.

“Com quem”, inclusive, é o que faz de Pokémon tão marcante.

Scan de propaganda para Pokémon Red e Blue
Propaganda de revista para Pokémon Red/Blue.

Diferente dos RPGs que jogávamos no Super Nintendo e Mega Drive, Pokémon abraçava a idéia de que a interação fora do mundo virtual seria crucial para o desenvolvimento dos seus monstrinhos. Trocar e evoluir, batalhar com seus amigos e compartilhar suas experiências. Quem diria que muitos anos depois o conceito da interatividade seria transportado do Cabo Game Link para o seu Cabo Lan, possibilitando jogar títulos como The Elder Scrolls Online e World of Warcraft de forma ainda mais livre?

A evolução, nesse caso, transbordava. Das telas do Game Boy, para o universo de games que cercava a franquia – e as nossas vidas.

https://www.youtube.com/watch?v=IrKrYNhiQGk

Não aperte o B, ainda temos muito o que evoluir

No início, quando Pallet ainda era em preto e branco, Pokémon Red, Blue e Green, abriram a opção de você se tornar um colecionador Pokémon, um Mestre Pokémon ou as duas coisas.

Era possível seguir o jogo com apenas meia dúzia de monstrinhos, derrotar seus adversários, bater a Equipe Rocket e triunfar na Liga Pokémon – sagrando-se, desta forma, o maior dos treinadores.

Com a mudança de geração e a chegada de Pokémon Silver e Gold, os passos da franquia foram mais largos, entregando as “side-quests”. Recuperar o Farfetch’ perdido, enfurecer Sudowoodo com um tanto de água e encontrar os cães lendários pelo mapa foram uma forma de dar mais alma a jornada, transformar o que já era bom em algo ainda melhor.

Capas norte-americanas de Pokémon Gold e Silver
Capas norte-americanas de Pokémon Gold e Pokémon Silver

O mundo de Pokémon na segunda geração parecia mais vivo. As cores e a trilha sonora, que a todo tempo parece ensaiar um acorde semelhante aos já conhecidos, faziam com que o coração dos jovens treinadores batesse mais forte. A jornada de Johto era uma verdadeira continuação da gloriosa viagem a Kanto.

Um futuro promissor era traçado, inspirado pelos purpurinados cartuchos. As coisas haviam mudado. Mas para melhor.

E, meu jovem, elas ainda estão mudando.

Clássicos nunca, eu disse nunca, morrem

Imagem exibindo todos os títulos principais da série Pokémon
Pokémon, de 1996 a 2017

O Game Boy Color era a casa da franquia dos monstros de bolso, esta que ajudou a eternizar o lendário console da Nintendo. O futuro da Nintendo, por muitos momentos, acabou sendo moldado pelo sucesso do Game Boy, principalmente quando as coisas não iam bem em meados dos anos 2000, com o questionável Game Cube, e o Game Boy Advance segurava a barra.

Pokémon acabou inspirando diversos jogos da Nintendo, abrindo o caminho para títulos baseados na franquia – além de chamar a atenção dos jogadores em jogos como Super Smash Bros., onde a possibilidade de se jogar com Pikachu era, sem dúvidas, um tanto quanto chamativa, na época do Nintendo 64. Pokémon Pinball, Pokémon Puzzle e Pokémon Trading Card Game foram outros títulos que o Game Boy recebeu, todos baseados na franquia original.

Se você gosta de Pokémon mas nunca experimentou os clássicos, mude seus conceitos. Pokémon, hoje, pode ser considerada uma das maiores franquias do mundo – e não apenas dos games. Mas foi lá, em 1996, que Pikachu e Cia abriu caminho para tantas e tantas possibilidades.

E se você, assim como eu, tem o seu Game Boy guardadinho na gaveta, tire ele para tomar um ar. Assopre sua fita e esqueça um pouco a realidade a sua volta. Perca horas escolhendo seu inicial e lembre-se que ainda temos que pegar, pra ser dos mestres o melhor.


Sobre o autor


Daniel Schettini é videomaker, youtuber e apaixonado por games – desde que jogou Alex Kidd in The Miracle World, no Master System. Colecionador e aspirante a Mestre Pokémon, divide seu tempo salvando Hyrule, desbravando RPGs e imaginando como seria ter Allejo e Messi no seu time do FIFA. Editor no The Enemy, escreve também para os sites Jogazera e Pokémon Blast News.

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