Super Castlevania IV: o inimigo agora é o mesmo | #DensetsuIndica


Você já ouviu falar em Castlevania?

A famosa franquia da Konami, dona de jogos como Symphony of the Night e Aria of Sorrow é uma das mais queridas pelo público, que cunhou o termo “metroidvania”, com grandes mapas a serem explorados e um sistema de progressão que pede que o jogador consiga upgrades novos batalhando chefes gigantescos. Mas não começou desse jeito: A franquia possui raízes no gênero mais comum dos anos 80 e começo dos anos 90: Plataforma!

Screenshot do primeiro Castlevania
Esse era o Castlevania original, em toda a sua glória assustadora em 8-bits.

Jogos como CastlevaniaVampire Killer Simon’s Quest são os verdadeiros pioneiros das expedições para derrotar Drácula e sua legião de monstros de diferentes origens, e a saga começou como jogos de plataforma que foram notáveis por deixarem o jogador em uma situação medonha onde seu controle era extremamente rígido, não se mudava de direção em pulos, e cada golpe tinha uma latência monstra antes de atingir! E o jogo era altamente difícil! O VERDADEIRO TERROR!

Então, em homenagem ao recente lançamento de Castlevania Requiem e aproveitando o período de Halloween, hoje vamos ligar as TVs de tubo, pegar os chicotes e partir em um dos primeiros remakes que marcou gerações: Super Castlevania IV.

Arte de Super Castlevania IV

Lançado em 1991, Super Castlevania IV (Akumajō Dorakyura, no Japão – algo como “Castelo Demoníaco de Drácula”) é um “remake” de CastlevaniaVampire Killer originais de NES e MSX2, tendo o mesmo protagonista, Simon Belmont, brandindo um chicote abençoado (de nome “Vampire Killer”, ou “Matador de Vampiros” – Muito sutil!) para acabar com Drácula e seu castelo que reapareceu do sono de 100 anos. Premissa simples, direta ao ponto – mas não sem uma introdução que transmite perfeitamente a atmosfera do jogo!

Atmosfera e sinopse já bem apresentadas, adentramos o sombrio castelo gigantesco de Drácula. Com os portões da frente lentamente se fechando atrás de nosso protagonista, a jornada começa.

Super Castlevania IV é, assim como o jogo em que é baseado, um jogo de plataforma. Pule, passe por obstáculos e conquiste todas as criaturas com seu chicote em mãos. Enquanto a franquia é conhecida por seu controle rígido, e onde os pulos são especialmente difíceis de fazer (pois o jogador não pode mudar de direção depois de um pulo), Super Castlevania IV é um pouco diferente nesse aspecto: Simon possui um controle um pouco mais maleável, onde pode mudar de direção durante seus pulos (apesar de esses ainda serem rígidos em comparação a outros jogos de plataforma) e a latência entre seus golpes com o chicote não é tão grande quando anteriormente.

O jogo traz de volta as sub-armas conhecidas de jogos anteriores, como a Cruz Sagrada (que funciona como um bumerangue) e a Água Benta, mapeadas a um botão diferente do controle, desta vez, em vez do tradicional cima + botão de ataque. Como tradicional de Castlevania, as armas custam munição (que se dá em forma de corações…por algum motivo) e durante as fases estão escondidos em muros e paredes itens que permitem o jogador atirar armas secundárias mais frequentemente ou a Costeleta de Porco que restaura vida.

Além disso, veteranos dos jogos de NES ficarão felizes em saber que Simon pode pular em cima de escadas, que o chicote recebeu um leve aumento de tamanho, Simon agora pode atacar em 8 direções diferentes, se pendurar em ganchos com seu chicote e até fazê-lo tremer em diferentes direções ao segurar de um botão e manusear os direcionais. Realmente colocando o “Super” no título do jogo!

Screenshot de Super Castlevania IV

Durante a jornada, Simon terá de passar por 12 fases atravessando o castelo até chegar ao infame vampiro. Os visuais do jogo são ricos em detalhes sombrios e arrepiantes, cada fase é um local diferente do castelo que tem visual próprio e destacado, e o jogo brilha em traduzir uma ambientação de acordo com o tema para cada local visitado, desde saguões e salas cheias de porta-retratos e caveiras que parecem vivas e que parecem estar observando o protagonista até cavernas e masmorras abandonadas e ensanguentadas, cheias de armadilhas que certamente podem por um rápido fim à jornada do nosso protagonista.

O jogo, sendo um título do início do Super Nintendo, põe muitos efeitos gráficos para demonstrar o que o novo console da época era capaz, utilizando seu “Mode 7” em salas giratórias, candelabros gigantes que balançam e crepitam incessantemente e até em alguns chefes. A música muda um pouco sua composição de temas mais energéticos para um tom mais tenebroso para combinar com a atmosfera, e em sua grande maioria a composição ainda mantém a qualidade conhecida de jogos passados, incluindo algumas versões refeitas de músicas clássicas da saga como “Vampire Killer”, “Bloody Tears” e “Beginning”.

Screenshot de Super Castlevania IV

Outra característica conhecida da saga é sua dificuldade elevada, fazendo jogadores perderem horas e horas tentando conquistar uma mesma fase, muitas vezes pelo design combinado com os controles rígidos, e Super Castlevania IV, apesar de ter controles mais maleáveis, ainda mantém bastante da tradição da dificuldade conhecida da saga. As armadilhas que foram mencionadas no parágrafo anterior são um exemplo prático disso: Várias das fases são casas para armadilhas que dão um fim ao protagonista em apenas um leve toque, além de situações onde certas armadilhas e obstáculos são colocadas de modo que um jogador de primeira viagem não saiba da existência delas, além de vários casos de situações onde qualquer erro é fatal por desmoronamento de escadas ou pontes.

Não é uma dificuldade tão acentuada como a de Castlevania III, por exemplo, mas ainda é uma dificuldade alta em comparação a jogos de plataforma no geral, e um pouco dessa dificuldade se dá por uma impressão de que os desenvolvedores superestimaram o controle novo de Simon, principalmente com relação aos pulos. Muitas vezes os pulos que o jogo demanda do jogador são precisamente calculados, e poucos pixels de distância são a diferença entre alcançar as plataformas e uma morte certa. O controle durante o pulo, enquanto uma mudança interessante, não parece ter sido estudado perfeitamente.

Screenshot de Super Castlevania IV
Qualquer toque da plataforma presa por corrente é mortal. O líquido verde também drena vida rapidamente. Ah, e aquelas estacas na parte superior direita também caem. Masmorras são lugares perigosos, mas pelo menos o nosso amigo esqueleto está feliz.

Em cada fase, geralmente no fim, Simon se deparará com um chefe, um dos maiores perigos que Drácula tem a sua disposição. Eles variam entre medusas, fantasmas, golems, e até morcegos feitos de ouro. Em geral, os chefes não são tão difíceis quanto as fases em que se encontram, mas ao final da jornada, Simon chegará a uma sala onde terá de enfrentar vários chefes em seguida, e então vira um teste de resistência, com o braço direito de Drácula, a própria Morte, esperando entre eles. E depois do fatídico encontro com a Morte, apenas um corredor e uma escadaria separam Simon da sala mais alta do castelo, onde Drácula está esperando… Uma batalha final onde a habilidade de Simon será testada, através das invocações de fogo e raios de Drácula.

Você conseguirá chegar ao fim e ouvir o tema de Simon lhe encorajando na reta final? Fica aqui o desafio!

Screenshot de Super Castlevania IV

Super Castlevania IV é um clássico e uma ótima porta de entrada para quem quer se adentrar nos jogos que originaram a famosa saga. O jogo dura em torno de 2 ou 3 horas (dependendo da habilidade de quem jogar), possui um sistema de senhas (passwords) para continuar de qualquer fase que desejar, sendo mais fácil de se dividir em diferentes jogatinas. Um cartucho de Super Nintendo sairá um pouco caro, mas o jogo também está disponível no Virtual Console de Wii U e New 3DS, além de estar incluso nos jogos do SNES Mini.

Agarre seu chicote e ponha um fim ao reino de Drácula! Pelo menos por enquanto…*insira risada maléfica aqui*

Confira o trailer do jogo para New 3DS:

Artigo escrito por: Ítalo Magno

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