Hyrule Warriors: Definitive Edition, o Musou definitivo


Nada se parece menos com uma batalha do que uma tentativa de contar uma historia dentro de um videogame. Entretanto, nada mais parecido com estar em uma batalha do que jogar um Musou. A concentração descomunal de inimigos na tela, as mensagens dos generais e adversários pressionando a cada momento, nos obrigando a atravessar o campo de batalha para salvar a vida de nossos aliados e assim evitar perder a partida, enfim, todos os elementos presentes nesse gênero fazem com que o impossível pareça real e, realmente, possível.

Vencer generais de alto escalão é somente um dos caminhos para chegar à vitória. O sucesso é encontrado na estratégia certa, no trabalho em equipe, na paixão e na ambição de pensar e sentir que é possível aniquilar milhares de inimigos, literalmente. Mas tudo isso também implica que, com apenas um erro, tudo será perdido.

Assim é o gênero criado pela Koei Tecmo e desenvolvido episódio após episódio pela equipe Omega Force. Com exceção de algumas versões que mal fizeram eco aos consoles da Nintendo (embora Samurai Warriors Chronicles 3 não tenha participado do Nintendo 3DS), tanto os Dinasty Warriors quanto os Samurai Warriors, que chegaram quase que exclusivamente aos consoles Playstation, fizeram história no Japão. É por isso a grande importância da chegada deste jogo exclusivamente para Nintendo Switch.

Musou não somente dá vida a importantes guerreiros japoneses históricos, como também gera um universo onde encontramos uma ligação entre ocidente e histórias épicas da antiguidade, como A Ilíada, História da Guerra do Peloponeso (de Tucídides), A Guerra das Gálias (de Caio Julio César). Talvez por isso a utilização de temáticas de anime faça falta, como desculpa para trazer ao ocidente um gênero que a imprensa categorizou como “repetitivo”, conforme andei lendo esses dias ao investigar um pouco da história.

O gênero Musou já havia desembarcado no Nintendo Switch com maravilhas como Fate Extella ou o grande One Piece Unlimited World Red, ambos casos também presentes no parente distante do Switch, o PS Vita. Mas se tratavam de títulos não muito representativos do gênero, embora se destacassem por sua ótima exibição visual e técnica.

É com Hyrule Warriors que a Koei Tecmo responde positivamente por uma série que adentrou profundamente e mostrou relativo sucesso no ocidente. Hyrule Warriors para Wii U foi o Musou da Koei Tecmo mais vendido nos Estados Unidos em 2015, e nesses dados se apoia a desenvolvedora japonesa a trabalhar com a Nintendo mais uma vez, sendo uma das poucas que trouxe versões de suas séries para a Wii U, como Ninja Gaiden 3: Razor’s Edge ou o crossover Warriors Orochi 3: Hyper.

No entanto, a fórmula que transforma Hyrule Warriors em um sucesso no Nintendo Switch tem elementos únicos. O conceito por trás do gênero Musou esconde uma chave na qual a série The Legend of Zelda se encaixa perfeitamente: o herói único que derruba milhares em uma batalha épica cheia de coisas impossíveis. O herói Link não fez nada além de se tornar uma lenda depois de mais de trinta anos de produções colossais da Nintendo, narrando uma história que se compara às maiores epopeias da antiguidade, como os mencionados acima.

Esse elemento se encaixa perfeitamente no gênero Musou, que também se caracteriza por ser novelesco, dramático e até romântico, características já estamos acostumados a ver nos jogos da série The Legend of Zelda de toda a vida.

Hyrule Warriors: Definitive Edition é a edição perfeita. É a versão mais completa de um Hyrule Warriors que nós já tivemos, tanto em portáteis quanto em consoles de mesa. Além de trazer todo o conteúdo para download das versões de Wii U e 3DS, bem como os trajes Breath of the Wild para Link e Zelda, é uma versão que será redimensionada em 1080p no console híbrido da Nintendo, ao contrário dos 720p do Wii U. Além disso, mais inimigos aparecem na tela graças à velocidade de processamento do Switch, com 60 FPS que garantem o Musou definitivo para o console.

O jogo não pode mais ser monótono. Na verdade, a urbanidade apresentada pelo híbrido da Nintendo nos permitirá jogar em qualquer lugar e a qualquer momento, um agregado que, juntamente com os elementos acima mencionados, gerem tudo para que a batalha épica tenha início, mas não necessariamente um fim.

*Artigo publicado originalmente em Un café con Nintendo. Agradecemos imensamente à equipe e ao NintenMax pela participação!


Sobre o autor




NintenMax é Bibliotecário no Uruguai, entusiasta da Nintendo e amante da cultura japonesa. Redator no blog espanhol Un Café con Nintendo. Gosta de ver os videogames como uma história e tenta escrever para ter uma visão diferente e autêntica, embora nem sempre consiga isso. Jogador de Wii U, Nintendo 3DS e PS Vita.

Twitter: @GmaMatas

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