Sonic Origins Plus | Uma celebração mais ou menos

Mais pra mais ou mais pra menos?


Sonic Origins foi uma coletânea lançada pela Sega no ano passado em celebração ao aniversário do ouriço azul, reunindo a trilogia original de Mega Drive e Sonic CD em um único pacote por um preço um tanto elevado. Esses quatro títulos retornaram com opção de imagem panorâmica (16:9) e outras adições interessantes, mas também com alguns problemas.

Além de bugs, a coleção deixa de lado certos detalhes esperados por fãs, como a opção de controlar o icônico Knuckles em CD. O relançamento aprimorado da coleção, Sonic Origins Plus, vem para tentar corrigir essas ressalvas e também trazer suas próprias novidades — em destaque, a adição da adorável Amy Rose como personagem jogável nos jogos clássicos.

O Sonic rosa!

Não apenas isso, mas a nova coletânea também inclui uma dúzia de títulos 8-bit da franquia. Assim, fãs finalmente têm a chance de conhecer uma história frequentemente esquecida do ouriço azul no antigo portátil Game Gear, incluindo clássicos como Sonic Blast, Triple Trouble, Drift e Spinball.

Essas demonstram um certo comprometimento da Sega em oferecer um produto de qualidade. No entanto, ainda faltou um esforcinho a mais para que esta se tornasse a coleção definitiva de jogos clássicos do pequeno velocista cerúleo. Notavelmente, Sonic R e Knuckles’ Chaotix fazem falta, e até mesmo o que está disponível deixa um pouco a desejar, mas vamos por partes.

Amy Rose em confusões ouriçadas

Quem é toda essa gente?

Um ponto positivo da coletânea é que ela retém fielmente a jogabilidade original dos títulos de Mega Drive, corrige problemas das versões anteriores e adiciona à experiência novidades mais recentes. Por exemplo, desta vez, o herói mascote pode utilizar sua técnica “Drop Dash” de Sonic Mania, que o permite rolar em disparada no ar.

Ademais, lembra que notamos a ausência de Knuckles em Sonic CD? Pois, adivinhe! Não apenas o personagem agora está no jogo, como também foram incluídos novos caminhos para o equidna vermelhão explorar. Logo de cara, os dois problemas principais da coleção anterior foram jogados pela janela.

Sonic & Knucles pra sempre e sempre por 100 anos Sonic & Knucles ponto com

Mas, é claro, a principal novidade de Sonic Origins Plus vem na forma da adorada Amy Rose, que fãs sempre sonharam em ver nos games clássicos. Entretanto, sua adição, por mais que muito bem-vinda, não deixar de ter seus lados não tão positivos, especialmente aos olhos mais treinados da fanbase.

Como esta é a primeira vez em que a heroína cor-de-rosa aparece na trilogia original, um modelo 2D inédito teve que ser criado para ela. Apesar dos jogos serem da mesma era, existe uma evolução gráfica através dos três, com Sonic 3 sendo, é claro, o mais avançado visualmente, e aí surge um leve probleminha com o visual de Amy.

Veja, apenas um modelo de sprites foi feito para a personagem, e esse mesmo design é usado em cada um dos jogos clássicos. Utilizando o estilo gráfico do terceiro título como base, a presença de Amy nos anteriores acaba sendo um tanto destoante, apesar do visual e animações terem sido muito bem executados.

Eu vou pegar minha marreta

Em questão de jogabilidade, a heroína é capaz de utilizar as habilidades de Sonic, como o icônico “Spin Dash”, e mais um pouco. O que diferencia Amy de seus colegas é o seu martelo, que se tornou seu fiel companheiro nos títulos modernos da franquia.

Com sua arma/ferramenta, a pequena ouriço é capaz de sair em disparada, destruindo inimigos e obstáculos em seu caminho. No entanto, apesar da novidades que o martelo traz, pode ser difícil para fãs não verem que Amy acaba sendo pouco mais que uma nova “roupagem” para o herói azul.

O outro lado da história: Os jogos 8-bits

Correndo por aí numa velocidade razoavelmente aceitável

A outra novidade que Sonic Origins Plus traz são os 12 jogos de Sonic que foram lançados para o Game Gear, o portátil de 8-bits da Sega. Este é um pedaço da história do ouriço que não é tão bem lembrado assim pela empresa ou seus fãs, então esta adição foi algo no mínimo inesperado.

Os jogos em si possuem uma variedade de gêneros diferentes, visto que temos alguns spin-offs aqui, assim como variações de qualidade. Afinal, o Game Gear por si só já era uma plataforma bastante limitada devido ao seu hardware.

Contudo, como outras franquias provam, é possível ter algo de qualidade mesmo com limitações. Esse é o caso de alguns títulos do ouriço, como Triple Trouble, mas de forma geral, os jogos de Game Gear são inferiores, especialmente quando comparados aos de 16-bits.

Ena Teious, eu não tô legal não kkk

A adição também pode ser vista como algo bastante simples por parte da Sega. Ao contrário do pacote principal, que contém quatro jogos “retrabalhados” com muitas adições modernas, como suporte Widescreen e controles melhorados, os jogos 8-bits são versões emuladas de seus lançamentos originais.

Isso inclui as ocasionais lentidões do hardware original que se mantêm aqui e prejudicam significativamente a experiência. Além disso, a emulação também deixa a desejar em certos aspectos, com ocorrência de input lag (atraso na execução de comandos) nos jogos.

Outro grande problema diz respeito as versões utilizadas desses títulos. Alguns foram lançados no saudoso Master System, com Blast sendo exclusivo de nosso mercado graças à TecToy. No entanto, por alguma razão, talvez para manter a consistência, a Sega optou por utilizar as versões de Game Gear.

Apesar do Master System e o Game Gear possuírem qualidade semelhante, existe uma diferença importante entre os dois que afeta consideravelmente a experiência dos jogos: a resolução de tela. Assim, alguns títulos da franquia tornam-se quase impossíveis de jogar devido a sua escala reduzida.

Poderia ter sido bom se a Sega tivesse investido um pouco mais de esforço talvez para melhorar a resolução dos jogos no Plus, mas tornar esses jogos acessíveis a um público maior parece ter sido um desafio muito grande.

Uma celebração de altos e baixos

Shh… é simbólico

Sonic Origins Plus é um pacote que busca tornar uma seleção de jogos clássicos de Sonic acessível a um público mais amplo e moderno. Embora ainda não seja a coletânea perfeita do ouriço, nem aquela que ele merece, já é um avanço significativo. No entanto, a ausência de alguns clássicos do personagem é uma das falhas desta compilação.

As adições da versão Plus têm seus pontos positivos e negativos. Embora seja bem-vindo que Amy finalmente seja jogável nestes clássicos, seu conjunto de movimentos tão semelhante ao de Sonic é decepcionante e acaba por torná-la uma novidade um tanto insossa.

Os jogos de Game Gear, a outra grande novidade, apresentam seus próprios problemas. Como dito antes, a Sega poderia ter feito um pouco mais para proporcionar uma experiência melhor em relação a estes títulos específicos.

O preço da coletânea também é um pouco elevado. No entanto, apesar de todas essas desvantagens, Sonic Origins Plus ainda vale o investimento, especialmente em promoções. Ter os quatro títulos originais do ouriço azul atualizados e com novos personagens é sempre uma proposta atrativa. Os fãs de longa data têm a oportunidade de reviver memórias, enquanto os novatos podem explorar as origens de um dos personagens mais icônicos do mundo dos games.

Sonic Origins Plus, lançado em 22 de junho de 2023, encontra-se disponível mundialmente para PlayStation 5, Xbox Series, PS4, Xbox One, Nintendo Switch e PC. Esta análise foi feita com base na versão de Switch.

Texto por Erick Figueiredo
Revisado por Willyan Cavalcanti e Ângelo Silva

Compartilhe:

Like it? Share with your friends!

Qual foi a sua reação?

amei amei
23
amei
haha haha
6
haha
meh... meh...
8
meh...
eita! eita!
6
eita!
Tai

Jornalista, Assessor de Imprensa, fã de café e dono do canal Carinha que Joga. É um fã incondicional de Sonic, tendo Sonic Adventure 2 como seu jogo favorito de toda a franquia. Gosta de quase todos os estilos de games, sendo principalmente um grande fã de JRPGs. Breath of Fire IV e Final Fantasy VIII são 2 de seus RPGs favoritos. Também curte várias outras séries como MGS, BlazBlue e Tales