Se, assim como eu, você cresceu em meio à ascensão dos smartphones e seus avanços tecnológicos cada vez mais rápidos, já deve ter ouvido falar de como eles eram praticamente “mini computadores”. Desde meados de 2010, os celulares foram acumulando funções que até então eram exclusivas de outros aparelhos, incluindo jogos com orçamentos consideráveis.
Com o advento de serviços como cloud gaming e Apple Arcade, até empresas mais tradicionais de games começaram a dar mais atenção ao mercado mobile, além de a plataforma representar uma fatia considerável do desejado mercado de games chinês. Isso incentivou até mesmo afirmações mais otimistas sobre como celulares poderiam ser alternativas aos consoles de videogame para algumas pessoas.
Acontece que números recentes, principalmente de vendas para o sistema iOS, parecem dizer o contrário com veemência. O mais recente caso a vir à tona envolve as vendas do port de Resident Evil 7, um dos jogos mais bem-sucedidos da Capcom nos últimos anos.
De acordo com a AppMagic, a empresa japonesa lucrou cerca de 28 mil dólares com o título, estimando-se que isso corresponda a cerca de 2 mil jogadores pagantes. Em comparação com as plataformas tradicionais, o valor é ínfimo, especialmente para um produto de uma empresa enorme como a Capcom.
Em junho deste ano, tivemos relatos de que outros ports, como Resident Evil 4, Death Stranding e Assassin’s Creed Mirage, tiveram vendas muito baixas, com números similares. Contudo, diversas franquias extremamente rentáveis, como Candy Crush, Mobile Legends e Fate/Grand Order, nasceram nos dispositivos móveis.
Isso contradiz a visão excessivamente otimista de alguns anos atrás e define claramente que o perfil dos jogadores mobile é distinto daqueles que costumam jogar em consoles e PCs. Alguns fatores decisivos para essas diferenças são a baixa aceitação de valores altos para a compra de jogos mobile e a baixa adaptação que ports de jogos tradicionais têm às sessões de jogo mais curtas, algo comum em títulos mobile de sucesso.