Silent Hill pode continuar a se expandir para outras partes do mundo

Deixa a neblina nos levar.


Com o lançamento de Silent Hill f este ano, a clássica franquia de terror da Konami foi oficialmente ressuscitada após mais de uma década no outro mundo. O novo jogo chamou a atenção ao deixar o tradicional cenário estadunidense e levar a maldição da epônima cidade assombrada para o Japão. Ao que tudo indica, essa mudança pode ser só o começo.

Em entrevista recente ao portal Inverse, Motoi Okamoto, produtor da série, comentou sobre possíveis rumos para a franquia. Embora ainda seja cedo para cravar qualquer detalhe, ele revelou que a equipe vem estudando ambientações em lugares como Coréia do Sul, Rússia, Itália e até a América Latina.

Ebisugaoka, uma cidade rural fictícia inspirada por Kanayama, no Japão, serviu como cenário de Silent Hill f.

Segundo Okamoto, a América Latina desperta um interesse especial por permitir uma mistura única de realismo e fantasia, algo pouco explorado nos videogames. Elementos que contribuem para esse “realismo mágico” vêm da própria história desses lugares, marcados por ditaduras, golpes de estado e tensões políticas, além de folclores locais e crenças xamanísticas.

Um leitor assíduo, Okamoto também menciona influências literárias da região, como Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márques, e as obras de terror da jornalista e escritora argentina Mariana Enríquez, conhecidas por misturar o sobrenatural com problemas sociais bem reais.

Ainda assim, o produtor reconhece que existe um desafio importante: a falta de estúdios latino-americanos capazes de lidar com uma propriedade intelectual do porte de Silent Hill. Nas palavras dele, apesar da riqueza cultural da região em filmes, livros e lendas, a grande questão seria como traduzir tudo isso para um jogo.

O curto jogo Silent Hill: The Short Message também deixou a cidade americana em favor da fictícia Kettenstadt, na Alemanha.

No fim das contas, a mensagem é clara: Silent Hill pode voltar a se afastar de sua cidade natal e espalhar sua névoa para outras partes do mundo. Uma parcela dos fãs torce o nariz para essa ideia, alguns até se recusando a considerar Silent Hill f como parte legítima da série, mas o sucesso do jogo mostra que essa evolução é possível.

De qualquer forma, a icônica cidade nevoada não será totalmente deixada de lado. Com o remake do Silent Hill original em desenvolvimento pelo estúdio Bloober Team, fica claro que o passado e o futuro da série devem coexistir. Resta saber para onde a neblina vai nos levar.

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Minato

Aspirante a escritor e jornalista. Minato é um amante de jogos, cinema, seriados, histórias em quadrinhos, música e tudo relacionado ao Japão. É uma fábrica de ideias que está sempre produzindo cada vez mais, apesar de não colocar nem metade em prática. Seus jogos favoritos são Persona 3, Okami, Steambot Chronicles, Shin Megami Tensei: Nocturne, Portal 2 e a série Kingdom Hearts.